Perguntas Comuns
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O Instituto IRIS, organização sem fins lucrativos, é um dos pioneiros no Brasil na difusão do cão-guia como facilitador do processo de inclusão da pessoa com deficiência visual. Fundado em 2002 pela advogada Thays Martinez, o IRIS tem a missão de desenvolver atividades e projetos que acelerem o processo de inclusão social das pessoas com deficiência. No cerne da atuação, a inclusão, responsabilidade social, a elevação da qualidade de vida e o desenvolvimento humano das pessoas com deficiência por intermédio do desenvolvimento, apoio e execução de projetos de caráter cultural, social, jurídico, científico, tecnológico e educacional que viabilizem a realização dos objetivos.
A organização é uma das poucas no Brasil a contar com um instrutor reconhecido pela Federação Internacional de Escolas de Cães-Guia (International Guide Dog Federation, Inglaterra) e qualificado pela Royal New Zealand Foundation for the Blind - Guide Dog Services (Nova Zelândia).
Uma das prioridades institucionais do IRIS é mobilizar a sociedade para que transforme uma triste estatística nacional. No Brasil há uma estimativa de 100 cães-guia que ajudam pessoas com deficiência visual ou com baixa visão a se locomoverem e a se sentirem incluídas socialmente. Em contrapartida, o país possui 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual – 582 mil cegos e seis milhões com baixa visão, de acordo com o Censo 2010, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desafio da organização é aumentar o acesso das pessoas que querem um cão-guia a esse benefício. Atualmente, o IRIS conta com uma lista composta por mais de 3 mil pessoas. Além do objetivo de doar cães-guia a quem aguarda o benefício, temos um sonho a ser realizado: criar uma estrutura para treinar cães-guia no Brasil, oferecer classes a instrutores e disseminar informações precisas sobre a enorme contribuição dos cães-guia na vida das pessoas com deficiência visual ou baixa visão.
O nosso foco é tornar público os benefícios proporcionados por esses cães que são responsáveis por realizar imensa transformação na vida daqueles que os recebem.
Preparar um cão-guia para conduzir uma pessoa com deficiência visual nas ruas é um processo que demanda um conhecimento altamente especializado, pois a segurança e integridade física da pessoa dependerá desse treinamento. Esse trabalho se divide em três etapas fundamentais: socialização, treinamento e instrução. O processo é concluído quando o cão tem entre um ano e meio e 2 anos de idade.
Socialização: filhotes com dois meses de vida são selecionados e adotados por famílias voluntárias, que irão ensiná-los, com a supervisão de um instrutor, a conviver com os seres humanos e a se movimentarem nos mais diversos ambientes – privados e coletivos. A família socializadora tem direito pela Lei 11126/2005 a ingressar com o filhote em todo lugar, como se ele já fosse um cão-guia. Nessa etapa, o cão também aprenderá boas maneiras como não subir no sofá, não ficar pedindo comida no restaurante e não latir desnecessariamente.
Treinamento: o período de treinamento tem início quando o cão tem entre um ano e um ano e meio de idade. Os cães retornam para a escola, onde passam de quatro a seis meses sob a tutela de um treinador formado e altamente preparado para a atividade – e que tem a missão de transformá-los em cães-guia. É nesta fase que esses belos animais aprendem o trabalho específico de guia. Eles aprendem a desviar de obstáculos, encontrar pontos de referência como elevador, escada, cadeira, por exemplo. Eles também aprendem a noção de direita e esquerda; são treinados para praticar a desobediência inteligente, ou seja, eles desobedecem um comando somente quando percebem que existe algum perigo.
Instrução: a parte final do processo dura de três a cinco semanas, período em que o beneficiário permanece com o cão-guia e o treinador. Por meio desse procedimento, temos o objetivo de criar e estreitar o vínculo entre o cão e o beneficiário.
Na segunda fase, já no lar onde ambos viverão juntos, o condutor aprende lições sobre temperamento e cuidados com a saúde do cão-guia, os comandos necessários para se comunicar com o animal e um contato mais profundo – que aguçará a percepção e o conhecimento de informações emitidas pelo cão enquanto caminha e se desvia dos obstáculos. Esta fase dura de três a cinco semanas.
Antes de se instalar uma crise de pânico coletiva anterior à chegada de um colega com deficiência – tenha ele ou não um cão-guia – uma única regra basta: aprenda a perguntar! A pessoa com quem se vai conviver é sempre a mais indicada para esclarecer em que situações precisa de ajuda e qual a melhor maneira de prestar essa ajuda. Isso porque nem todas as pessoas que têm a mesma deficiência têm as mesmas dificuldades; nem as mesmas facilidades. Esclarecido esse ponto, o Instituto IRIS indica cinco dicas básicas.
1. Enquanto o cão-guia estiver guiando, ou seja, trabalhando não chame a atenção do animal, falando o nome dele, afagando a cabeça ou olhando para ele de forma interativa.
2. O usuário é a pessoa mais preparada para lidar com o cão-guia, então, se o cão estiver em um lugar que esteja “atrapalhando o trânsito”, por exemplo, informe o fato ao usuário e peça que mude o cão de local.
3. Não ofereça água ou qualquer tipo de alimento, ainda que canino, sem a autorização do usuário. Isso pode ser extremamente prejudicial à saúde e ao comportamento do cão-guia.
4. Quando for fornecer orientações sobre um caminho, dirija-se à pessoa; não ao cão.
5. Cada usuário tem uma "política educacional" com o cão-guia. Pergunte qual forma e qual o momento são adequados para que os colegas possam interagir com o cão. A interação controlada é muito benéfica para todos.
Há muitos outros trabalhos maravilhosos desenvolvidos por cães em todo o mundo para ajudar pessoas com outros tipos de deficiência. Há uma história emocionante de um cão que prestava assistência a uma mulher com deficiência auditiva. Ele a avisava sobre sons que ela não podia ouvir como, por exemplo, o toque da campainha e do telefone.
Certo dia, ela estava dentro de casa e o cão foi desesperado chamá-la e a levou até a piscina onde a filhinha dela estava se afogando. Graças a esse suporte ela pode salvar sua filha. Além disso, existem cães treinados para auxiliar pessoas com deficiências físicas. Eles ajudam a entregar e receber coisas no balcão, abrir portas e pegar coisas no chão ou na mochila. Há também cães treinados para acompanhar pessoas com epilepsia. Parece que eles conseguem detectar a proximidade de uma crise e avisam a pessoa para que ela possa se colocar em segurança.
Quando atuamos em benefício da coletividade, toda a sociedade sai ganhando. Quando oferecemos e compartilhamos amor, ele não diminui; aumenta. É pensando dessa forma que o Instituto IRIS realiza um trabalho de excelência no auxílio às pessoas com deficiência visual. Sabemos das dificuldades enfrentadas diariamente por essas pessoas e temos certeza de que o cão-guia pode ser muito mais do que os olhos que podem ver – podem ser amigos e companheiros de jornada.
E esse trabalho somente é possível com a ajuda de voluntários. Por isso, você é o nosso convidado a fazer parte dessa equipe. Utilize as suas aptidões em auxílio ao próximo; saiba que ao doar o seu tempo e talento pode nos ajudar a transformar vidas.
O trabalho voluntário é definido pela Lei 9.608/1998 como atividade não remunerada – prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza –, a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.
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